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terça-feira, 16 de março de 2010

Activity 1- Cooperative Freedom

Noruega

Paulsen, Morten Flate-

O Hexágono da Teoria da Liberdade Cooperativa

http://www.prof2000.pt/users/guida/trabalho3.htm

Paulsen desenvolveu a Teoria da Liberdade Cooperativa a partir de algumas das perspectivas acima citadas, incluindo-a no grupo das Teorias de Autonomia e Independência.

Entrevendo os aprendentes a distância, adultos e jovens, como estudantes autónomos, motivados e com interesse em controlar a própria aprendizagem, independentemente da sua orientação motivacional (motivação orientada para objectivos, orientada para actividades ou orientada para o conhecimento), Paulsen considera que para aqueles é tão vital a liberdade quanto a cooperação assinalando ser a solidão resultante do difícil acesso aos colegas do grupo um dos maiores problemas dos alunos a distância (“a educação é uma arte cooperativa e não operativa” – Houle, 1984)

Consciente da dificuldade em conciliar cooperação e liberdade individual, de resto agravada na EAD pela distância entre os elementos do grupo educativo, Paulsen propõe o recurso às novas tecnologias de comunicação (audioconferência, videoconferência e comunicação mediada por computador) dado serem, na sua perspectiva, os melhores e mais facilitadores meios da cooperação a distância conseguindo-se, assim, um sistema de EAD que combina liberdade individual com cooperação grupal.

Esta teoria considera que as características mais importantes na EAD têm a ver com 6 vectores da liberdade: Tempo, Espaço, Ritmo de progressão, Meio, Acesso e Curriculum que devem ser tidas em conta por quem quiser planificar um curso de EAD baseado em CMC.

Liberdade temporal

Um curso de EAD deve permitir um elevado nível de liberdade de forma a que a comunicação possa ocorrer sempre que seja conveniente devendo ser mínimo o tempo de espera da resposta.

A CMC pode ser completamente independente do tempo (disponível, idealmente, 24 /dia e 365 dias/ ano) fornecendo acesso instantâneo à informação e um sistema de comunicação assíncrona entre os parceiros; pode, no entanto, recorrer-se, também, a sistemas que suportem a comunicação síncrona.

Liberdade espacial

A EAD deve permitir que os alunos escolham o local a partir do qual querem estudar. Paulsen realça a capacidade da CMC ser possível a partir de qualquer ponto do mundo, quer em ambientes formais quer informais, onde haja uma linha telefónica ou uma rede de dados.

Liberdade de ritmo de progressão

(nota: o autor utilizou a expressão “Freedom of pace” que se revelou de muito difícil tradução uma vez que t“pace” é traduzível por “passo”, “andamento”; quaisquer sugestões serão bem-vindas)

A existência de uma planificação temporal de um curso de EAD, com datas de início e de terminus, com prazos definidos para os momentos avaliativos, etc, pode ser considerada um condicionalismo negativo para o estabelecimento de ritmos individuais de progressão.

Para contornar esta situação, diferentes cursos flexibilizam esta estrutura organizacional, possibilitando que os alunos escolham alguns prazos, ou definindo diversas datas limite para o mesmo evento ou, no caso extremo do ensino por correspondência, não definindo quaisquer prazos.

Shale (1987), no entanto, refere ser importante a definição de metas standardizadas (mesmo que individualizadas) de forma a que o sistema de EAD seja administrável e que firme um compromisso com uma filosofia colectivista, para garantir a credibilidade dos exames, para aumentar a motivação dos alunos através da actividade de grupo e para evitar a procrastinação.

Paulsen, citando Wells (1992), refere que o recurso à CMC permite adequar a estrutura do curso a maior ou menor flexibilização nas metas de aprendizagem; acrescenta, no entanto, que uma das maiores vantagens da CMC, o estabelecimento de comunicação significativa de muitos-para-muitos entre os elementos do grupo educativo será difícil num sistema de prazos flexíveis.

Liberdade relativa ao Meio de Comunicação

Nipper (1989) argumenta que existem três gerações de EAD: surge, em primeiro lugar, o ensino por correspondência baseado em material impresso e escrito.

Depois, aparecem cursos de EAD baseados em meios de difusão de um para muitos (broadcast), do tipo radio e televisão, cassete de video ou audio.

A terceira geração utiliza já os sistemas de CMC.

Paulsen sustenta que os programas de EAD, para atingirem um elevado nível de liberdade, deverão possibilitar aos alunos o acesso a múltiplas fontes de informação: impressas, videogramas, encontros presenciais, comunicação mediada por computador etc. Uma tal abordagem tornará possível diferentes estilos de aprendizagem evitando a exclusão de participantes por falta de acesso ou por desconhecimento das técnicas de utilização de meios de comunicação de tecnologia avançada.

Liberdade de Acesso

Paulsen refere que os programas que aspirem a elevados níveis de liberdade devem respeitar os conceitos de Aprendizagem / Educação Aberta eliminando no ingresso aos cursos ou para acreditação, os pré-requisitos convencionais (qualificações académicas, idade, sexo, diferenças sociais, raça, etnia, ocupação).

Deverão ser os alunos a decidir se têm ou não condições para a frequência e prosseguimento de estudos.

Liberdade de Curriculum

Aos alunos deverá ser possibilitada a estruturação de um currículo adequado às suas necessidades/interesses a partir de um leque diversificado de opções disciplinares e a transferência de créditos entre programas e universidades. Assim sendo, será necessário intensificar a colaboração entre as instituições que suportam os cursos de EAD.

Em conclusão

Neste artigo, Paulsen defende ser o elevado nível de liberdade para os estudantes uma das metas a atingir num curso de EAD e sugere o recurso aos 6 eixos da Teoria da Liberdade Cooperativa como um guia eventual para a implementação de um curso EAD.

Ciente das dificuldades que podem advir da implementação desta Teoria, nomeadamente, as decorrentes da aceitação dos ritmos individuais de aprendizagem, que podem condicionar a evolução da aprendizagem do colectivo, o autor propõe o Co-ensino (Coteaching), isto é, o envolvimento de vários professores no sistema com o intuito de reduzir a dependência entre os alunos e o professor e, logicamente, o tempo de resposta na comunicação professor-aluno.

Os estudantes adultos do futuro procurarão liberdade e flexibilidade ao mesmo tempo que necessitarão de colaboração grupal e unidade social. A CMC, quando interligada com outros meios, permitirá juntar liberdade e unidade em programas educativos a distância verdadeiramente flexíveis e cooperativos.

*Paulsen utiliza a designação computer conferencing em vez de computer-mediated communication (CMC); pareceu-nos, no entanto, que a designação utilizada estava mais consentânea com a CMC uma vez que o autor parece englobar naquela expressão os diferentes serviços de comunicação telemática.

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